terça-feira, 1 de agosto de 2017

Arroz Doce

Quem não gosta de Arroz Doce?


Para mim, um sabor de infância, uma sobremesa que se serve um pouco por todo o país, relativamente simples e agradável. Trata-se de arroz (carolino) cozido, com leite e uma rasta de limão, gemas de ovo e um pouco de açucar, polvilhado com canela. Uma textura cremosa, com algum peso, doce mas sem exageros, com o toque especiado da canela.

Sempre que tenho o desafio de pensar em vinhos para acompanhar esta sobremesa, o meu primeiro pensamento recai em vinhos licorosos, nomeadamente um bom Porto Tawny ou um bom Madeira (meio-doce, por exemplo). Contudo, há outros mundos a explorar, nomeadamente o mundo dos tintos.


Uma harmonização um pouco improvável à partida, sobremesas doces e vinhos secos, frutos vermelhos (de uma forma muito geral) e ovos. Tenho feito alguns ensaios, e este foi o mais recente, a ligação do novo tinto do Dão, o Alva Magna tinto 2015 Reserva e um Arroz Doce, servido no jantar de apresentação dos novos vinhos da Quinta Vale do Cesto, que decorreu no restaurante Solar dos Nunes, em Lisboa.

O que considero interessante é que há de facto uma ligação, o tanino do tinto reage bem com a proteína do ovo, o toque de madeira faz ponte com o toque da canela, um vinho com estrutura e alguma intensidade a ombrear com a densidade e intensidade do arroz. Deixo-vos o desafio, caso nunca tenham experimentado, mas por favor, com um bom tinto, de tanino polido, com alguma intensidade e persistência, com alguma frescura e elegância, em bom copo e ligeiramente refrescado.

#enogastronomia
#avinhar

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